DEBATES


14h :: 14h45

Beato Innovation District | Fábrica do Pão

Direito à Cultura: discutir acesso, inclusão e participação cultural

Refletimos sobre o impacto da atual realidade política nos processos de criação artística e no futuro do sector cultural em Portugal. Reconhecemos o papel fundamental das artes e da cultura para a promoção da democracia, o que pressupõe uma reflexão cuidadosa sobre acesso e oferta cultural. Propomos, assim, que este debate seja um espaço de encontro e colaboração, no qual exploramos os conceitos de democracia e democratização cultural e o papel da educação na promoção da cidadania cultural, não só através da voz de agentes do sector da cultura e da educação, mas também dos jovens.

Oradores:

António Brito Guterres (investigador de Estudos Urbanos)

Paulo Brighenti (em representação da plataforma de residências artísticas RAMA)

  • É especialista em museus, educação e programação artística. Atualmente, é subcomissária do Plano Nacional das Artes. Foi diretora o Museu do Dinheiro (Lisboa) do Banco de Portugal. Antes tinha sido coordenadora de educação da Casa das Histórias Paula Rego (Cascais) e do Teatro Viriato (Viseu), e assessora para os sectores de educação e envolvimento de públicos em museus e sítios de património cultural. Foi assessora do Ministério da Educação para o currículo do ensino artístico especializado e elaborou projetos de educação cultural e artística para a UNESCO e o Alto Comissariado para as Migrações. Fez investigação e estagiou em museus em Portugal e no Peggy Guggenheim, em Veneza . Tem um mestrado em Artes Visuais, pós-graduações em Museologia / Património Cultural, Didática das Artes Visuais e Liderança. Foi docente e formadora. É autora de livros, crónicas, artigos, manuais escolares e suportes didáticos. Entre 2019 e 2020, participou no Grupo de Projeto Museus do Futuro, tendo sido coautora do relatório com 50 recomendações para o universo dos Museus, Palácios e Monumentos, em 2021 foi promotora e coautora da Carta do Porto Santo, documento europeu que promove a cidadania cultural. Em 2023/24 colaborou com a UNESCO na elaboração do Quadro da UNESCO para a Educação Cultural e Artística, tendo coordenado o White Paper temático sobre cooperação institucional nos setores da cultura e da educação.

Filipa Morgado (arquiteta, artista, mediadora cultural e fundadora do CAU)

Sara Brighenti (em representação do Plano Nacional das Artes)

  • É especialista em museus, educação e programação artística. Atualmente, é subcomissária do Plano Nacional das Artes. Foi diretora o Museu do Dinheiro (Lisboa) do Banco de Portugal. Antes tinha sido coordenadora de educação da Casa das Histórias Paula Rego (Cascais) e do Teatro Viriato (Viseu), e assessora para os sectores de educação e envolvimento de públicos em museus e sítios de património cultural. Foi assessora do Ministério da Educação para o currículo do ensino artístico especializado e elaborou projetos de educação cultural e artística para a UNESCO e o Alto Comissariado para as Migrações. Fez investigação e estagiou em museus em Portugal e no Peggy Guggenheim, em Veneza . Tem um mestrado em Artes Visuais, pós-graduações em Museologia / Património Cultural, Didática das Artes Visuais e Liderança. Foi docente e formadora. É autora de livros, crónicas, artigos, manuais escolares e suportes didáticos. Entre 2019 e 2020, participou no Grupo de Projeto Museus do Futuro, tendo sido coautora do relatório com 50 recomendações para o universo dos Museus, Palácios e Monumentos, em 2021 foi promotora e coautora da Carta do Porto Santo, documento europeu que promove a cidadania cultural. Em 2023/24 colaborou com a UNESCO na elaboração do Quadro da UNESCO para a Educação Cultural e Artística, tendo coordenado o White Paper temático sobre cooperação institucional nos setores da cultura e da educação.

Moderação:

Amina Bawa(jornalista e professora)

  • Consultora de comunicação, jornalista, produtora cultural, professora e mestre em Cultura e Comunicação. No Brasil e em Portugal, tem trabalhado com gestão de conteúdo e comunidade, comunicação sindical, produção de museus e espaços de cultura, além da área de pesquisa.

Johanna Mary (aluna)


16h15 :: 17h00

Sala _________

Ser Artista na Era Digital

Convidamos um grupo de jovens de diferentes áreas artísticas para discutir o papel das ferramentas digitais no processo de criação e exposição do seu trabalho. É inegável o impacto do digital no sector artístico, seja através da consolidação das redes sociais como uma das principais ferramentas de gestão da carreira artistica ou a rápida evolução da Inteligência Artificial. Neste debate, ouvimos a perspetiva de jovens artistas sobre o espaço que a IA ocupa no processo de criação: é uma ferramenta inútil ou, pelo contrário, um portal criativo? Com todas as novas ferramentas digitais e o aumento de fluxo de informação a circular online e offline, como é que estes jovens procuram inovar no seu trabalho? Por fim, no seguimento desta questão, procuramos explorar o espaço de encontro entre o mainstream e a cultura “tradicional”. 

Oradores:

Du (diretor criativo)

  • Du, o jovem diretor criativo, é o responsável por algumas identidades visuais que andam pela boca do país. Originário de Abrantes, desde cedo demonstrou uma inclinação para a observação e apreciação estética. A sua trajetória profissional teve início aos 14 anos, como maquilhador nos salões de beleza locais aos fins de semana em Abrantes. Aos 15 anos, mudou-se para Lisboa para estudar artes na Escola Artística António Arroio. Durante seus estudos, iniciou a sua prestação de serviços na cidade, conquistando notoriedade no meio das celebridades. Com 18 anos e uma extensa carteira de clientes, recebe o convite da LVM Holdings para assumir o cargo de diretor criativo da empresa multi-marcas, além de lançar sua própria marca, “Darte Cosméticos”. Com esses lançamentos, Du passou a ser procurado por entidades e artistas para gerir as suas imagens, tornando-se o responsável pelo visual de diversos artistas musicais atualmente e marcas desde joalheira, beleza e marcas de consumo comercial. Conclui ainda que este se trata apenas de um ínicio, onde explora a sua capacidade visionária e que pretende se renomear futuramente como apenas diretor criativo e artista.

João Não (artista)

  • João Não é João Carlos Silva, artista nascido em Gondomar no final do milénio passado, terra onde também cresceu e ainda reside. Depois de vários anos ligado à escrita e à música, assumiu recentemente um passo mais sério, e desde as primeiras experiências na adolescência que tem vindo a circular por várias sonoridades e vários géneros musicais, usando isso para enriquecer a sua criatividade. Em 2021, João Não junta-se ao conterrâneo Lil Noon para lançarem “Terra-Mãe”, um EP que começa a definir a sonoridade da dupla, que se deixou influenciar pela música atual, mas também foi buscar ideias ao passado, criando assim uma mescla de sons em cada uma das 7 faixas que completam o projeto. Praticamente dois anos depois, os gondomarenses lançam “Se Eu Acordar”, um projeto que mostra os dois músicos mais amadurecidos, mantendo a composição habitual: João Não nas letras e na voz e Lil Noon no trabalho instrumental. Aqui, onde um procura o registo romântico de sempre, o outro caminha por sons que assumidamente tentam refletir o Pop do passado de mãos dadas com o presente, ambos olhando para as últimas décadas da música portuguesa de uma perspetiva diferente. A esse mesmo álbum, foi anunciado uma edição Deluxe, que trouxe canções novas com um sabor mais festivo, ambientadas em clubs noturnos com outros ritmos e BPMs.

Tristany (artista)

  • Artista transdisciplinar, músico, performer, artista visual, produtor, diretor criativo e curador, Tristany pinta com a sua voz, ilustrando a realidade em que vive através do seu olhar e do olhar dos que o rodeiam. Nascido e criado na Linha de Sintra, em Lisboa, em 1995, Tristany é de origem angolana e portuguesa. Atualmente, está focado no seu próximo álbum, onde continuará a explorar a identidade da Linha de Sintra e a contribuir para o seu desenvolvimento juntamente com a rica diáspora nela presente.

Moderação:

Sofia Matos Silva (fotógrafa, redatora cultural)

  • Sofia Matos Silva trabalha em jornalismo, fotojornalismo, fotografia, escrita, comunicação e está sempre a investigar alguma coisa, mas é sobretudo um work in progress. Atualmente freelancer, é licenciada em Ciências da Comunicação: Jornalismo, Assessoria e Multimédia, e mestre em Estudos Literários, Culturais e Interartes. Apaixonada por jornalismo de investigação, é no meio ambiente e nos direitos humanos que tenta deixar o seu contributo na luta por um mundo melhor.

18h15 :: 19h

Sala _________

A Dimensão Social e Política da Arte

Neste debate, exploramos a dimensão social e política da arte e o seu papel na transmissão e consolidação de significados, seja através da sua própria linguagem artística ou através da voz do artista. Será que artistas e coletivos artísticos têm ou devem assumir uma responsabilidade social e/ou política no seu trabalho? Procuramos também discutir o impacto da expressão artística na construção de sentido de comunidade e a importância dos processos colaborativos de coletivos artísticos para a transformação social. Para isso, convidamos um grupo de jovens artistas para partilharem as suas experiências, bem como reflectir sobre o espaço político e social que a sua arte ocupa.

Oradores:

Herlanthere (artista)

  • Artista multidisciplinar baseado em Lisboa que vem reescrever as regras do standard popular musical com o seu som que roça um antipop mergulhando num lago sem género, vozes que harmonizam entre si e sons particulares que se sentam distintos numa só sala. Criado no bairro da Arrentela, Seixal, Herlander tem a sua abertura para música após mudar-se para Londres para produzir o seu primeiro EP experimental, 199, onde toca assuntos pessoais de um jovem que se apaixona e lhe é quebrada essa paixão numa fase crucial na vida de qualquer adolescente. Após o lançamento do seu EP em 2018, Herlander volta, depois de um hiato em plataforma de 2 anos, com uma sonoridade mais madura, magnânima e um timbre que lhe é exclusivo, espalhando por compilações alguns dos seus temas mais recentes, como “quem diriaiaia”, “if you give it to me what’s luv got to do with it?…” ou “don’t get their names out your mouth”, que conduziu à uintrodução de uma trilogia sonora no verão de 2021 com o tema “Gisela”, lead single do projeto seguido de “Woohooo!!!” e “daZona”. Além de seu trabalho solo, Herlander colabora frequentemente com outros artistas, contribuindo com sua visão musical inovadora e sua capacidade de criar experiências imersivas. Trabalha também como compositor para instalações e teatro, criação de concertos teatrais e produção musical para outros artistas. A sua dedicação em unir música e performance oferece um novo significado à interseção entre arte e som, tornando-o uma figura indispensável na vanguarda da produção musical contemporânea para o palco e além.

Sepher AWK (coletivo artístico Unidigrazz)

  • ‍Bruno Teixeira, conhecido pelo seu nome artístico Sepher AWK, nasceu em abril de 1997, na Amadora. Artista multidisciplinar, transita dos murais à ilustração e à animação em ciclos de constante reinvenção. É sensível à viagem pelas estações do ano da zona onde cresceu. Cria ficções e imaginários a partir de contextos reais e nostálgicos, imaginados por quem sente e vividos pelo próprio artista. Transforma os seus imaginários numa viagem pela Linha de Sintra, na qual vai e volta inúmeras vezes, sendo influenciado pela sua envolvente e desenvolvendo a sua identidade artística através de formas e cores, sentimentos e mensagens.

Onun Trigueiros (coletivo artístico Unidigrazz)

  • Onun Trigueiros (n. 1997) considera-se um pintor e colecionador de imagens, um artista multidisciplinar vindo de contextos periféricos inspirados pela comunidade da Linha de Sintra, onde nasceu, cresceu e vive até hoje. Estudou Produção Artística – Gravura e Serigrafia na Escola Artística António Arroio, em Lisboa. Presentemente exprime-se através de várias técnicas, incluindo pintura, colagem, foto-montagem, serigrafia ou desenho. A sua prática promove a convergência entre os universos das artes urbanas e das artes plásticas, contribuindo ativamente para um estabelecimento progressivo no mundo da arte institucional. Através da temática dos “selos”, o artista consolida a sua identidade visual num processo criativo que emerge de antigas coleções de selos, e de um novo olhar sobre a realidade que o rodeia. Ele é um membro ativo do coletivo Unidigrazz e frequentemente colabora com outros artistas. Destaques que incluem a criação de capas de singles, direção de video, cenografia de concertos e equilíbrios de luz para a produção do álbum “Meia Riba Kalxa” de Tristany.

Luan Okun (Casa T)

  • Ator, performer e um dos fundadores da Casa T.

Filipe Sambado (artista)

  • Nasceu em Lisboa a 6 de Junho de 1985. Passou a infância e a adolescência entre Elvas, Vila Nova de Santo André e Lagos, tendo regressado a Lisboa para estudar Teatro e Dramaturgia e Técnicas de Som, acabando por se fixar nesta cidade. Inaugurou o seu percurso musical a solo em 2012 com o lançamento do EP “Isto É Coisa Pra Não Voltar a Acontecer”. No entanto, aconteceu mesmo e assim chegaram até nós “1,2,3,4” e “Ups… Fiz Isto Outra Vez”, que abriram caminho para “Vida Salgada”, o seu primeiro longa duração lançado em 2016. A este sucedeu-se “Filipe Sambado & Os Acompanhantes de Luxo” editado em Abril de 2018 com selo NorteSul/Valentim de Carvalho. Aclamado pela crítica especializada e pelo público, foi considerado o melhor disco nacional do ano pela Antena 3, Radar, Vodafone FM, entre outras publicações, e nomeado para os Prémios SPA 2019 na categoria de Música – Melhor Trabalho de Música Popular. Em 2020 Filipe Sambado participou no Festival da Canção, como compositora e intérprete do tema “Gerbera Amarela do Sul” que figura no seu disco “Revezo”, editado em 2020. Em 2023 trouxe-nos o seu novo longa duração – “Três Anos de Escorpião em Touro” –, um álbum transdisciplinar de 15 temas, criado num período de introspecção que resultou numa pesquisa de profunda partilha e intimidade. A par do trabalho musical, foi desenvolvido um álbum visual com seis vídeos, com o apoio da SPA e da GDA, que materializa a estética que o seu imaginário acolhe. Para além do seu trabalho em nome próprio, Filipe Sambado tem vindo a colaborar como música, compositora e produtora em muitos outros projetos musicais, que revelam uma artista completa e multifacetada que já conquistou o seu lugar na história da música nacional.

Moderação:

Inês Henriques (programadora cultural)

  • Licenciada em Ciências Musicais e tem um mestrado em Musicologia. Foi responsável de comunicação e programadora artística na CTL – Cultural Trend Lisbon, empresa cultural que gere o Musicbox e projetos como o MIL, Casa Capitão, Festival Silêncio e Jameson Urban Routes. Atualmente, é assistente de gestão de projetos do Programa Equidade na Fundação Calouste Gulbenkian.

Beatriz Castro (aluna)