O ESTADO DA CRÍTICA E O (ALGO)RITMO A QUE ISTO CHEGOU
Com a redução da crítica jornalística nos meios tradicionais, os programadores culturais assumem um papel central na legitimação e promoção do valor cultural e económico de artistas e obras. O espaço dedicado à crítica nos media está cada vez mais limitado à agenda de eventos, restringindo o questionamento crítico e favorecendo a programação cultural. Neste cenário, a hegemonia dos programadores e curadores torna-se quase absoluta, especialmente com o crescente debate sobre o papel dos algoritmos como coautores da curadoria humana, antecipando tendências e moldando as opções criativas dos programadores. Esta dinâmica não só intensifica o debate sobre a falta de diversidade de vozes no setor cultural, mas também destaca a urgência da crítica aos algoritmos, frequentemente baseados na sub-representação. Além disso, o poder curatorial, muitas vezes reservado a uma elite privilegiada, agrava a problemática da representatividade.Neste fórum, reuniremos curadores, programadores, jornalistas, críticos e investigadores para:
• explorar a relação entre a crítica cultural jornalística em declínio e a ascensão do papel dos programadores culturais enquanto legitimadores do valor cultural e económico de criação artística;
• discutir como a concentração do poder curatorial numa elite de programadores e curadores impacta a representatividade;
• debater a influência dos algoritmos na curadoria cultural e as suas implicações para a diversidade e a representatividade nas artes.
Idioma: Inglês | Legendagem simultânea: Português
Eixo: Cultura e Política